quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TEMÇO

Sabe quando sua mãe fala pra nunca nunca brincar no elevador senão ele cai no poço? Poizé. A profecia se concretizou ontem no Ed. Ely.
Eu e o marido estávamos indo embora da casa da velenha e começamos a brincar de empurrar dentro do elevador (e quem nunca né?). Eis que depois de um tranquinho o elevador despencou e foi direto pro poço. Gostaria de dizer para efeito de emoção que caímos de uma altura de 8 andares, mas deve ter sido no máximo, hm, uns 2 metrinhos. Mesmo assim tomamos um susto. O marido começou a rir da minha cara (de nervoso com certeza) e eu como pessoa controlada que sou tomei o controle da situação tocando o alarme loucamente.

Daí que eu te pergunto caro colega: se você escuta o alarme do elevador tocando insistentemente você grita pra quem tá lá dentro:

a) FIQUE CALMO!
b) JÁ VOU CHAMAR O PORTEIRO!
c) ...QUEM É?

E meus amigos, por incrível que pareça, as duas pessoas que ouviram o alarme perguntaram a mesma coisa (uma delas minha mãe). QUEM É? Poha mas como assim quem é? Dependendo de quem for não vai chamar  socorro? afe. Enfim.

Aposto que assim que minha mãe me ouviu respondendo ela já imaginou uma tragédia. Membros decepados, sangue, explosões, morte.Em 2 milisegundos ela estava no subsolo com o porteiro. E a porta do elevador travou e só abriu meio palmo com muita insistência. Ainda bem que eu e o marido somos magrinhos e passamos com folga pela brecha, ufa. Assim que eu saí do elevador minha mãe me abraçou AND me bateu ao mesmo tempo como se eu tivesse voltado da morte.

Encerro esse post esclarecendo pros moradores do Ely que sim, eu e o marido passamos bem depois do susto APESAR do infortúnio do elevador quebrado e de metade do prédio ter que subir e descer de escada. DE NADA por mantê-los saudáveis =)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lembranças

No outro final de semana fomos na casa da tia Nó, que resgatou suas fotografias do armário. Já falei que adoro ver fotos das antigas né?
O mais legal é que uma foto não permite apenas lembrar da cena em si, mas também de outras coisas que marcaram aquele momento; cheiros, gostos, sons, traumas, alegrias, tristezas, mágoas.
Separei aqui 3 fotos em particular.

Essa foto foi tirada na casa da vovó Joana (de preto, no centro) no dia do casamento da tia Lúcia (do lado da minha vó, os noivos). Fiquei emocionada já de olhar o quadro, as luminárias, imagens que estavam guardadas no fundo do baú da minha memória, de quando eu era muito pequena. Mas o que foi bacana mesmo foi ouvir a tia Bete me contando que nesse dia ela não dormiu à noite. Emoção? Não. Ela levantou à noite pra ir no banheiro e tinha uma barata na porta do quarto. Ela passou a noite sentada na cama vigiando a porta no caso da barata entrar (tia Bé, eu super te entendo, tamo junto nessa luta).

Essa é a tia Norma com meu tio Tony, que morreu há muitos anos. Acho que foi na lua de mel, em São Vicente. Ela toda modelo, ele todo galã. Achei os dois lindos na foto. Mas o comentário da tia Norma foi sobre o prédio, que ficava pertinho da ponte Pencil. "Filha esse prédio não existe mais, desabou logo depois."


Essa também é a tia Norma, toda linda no vestido de baile. Ela mal lembrava desse dia, mas minha mãe não esquece que ficou chorando desesperada em casa porque queria ir no baile junto com as irmãs.

=)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bug do milênio

Vocês lembram dessa polêmica? Pois eu me lembro muito bem, porque esse catzo desse bug do milênio não causou nada nos computadores do mundo mas deu uma zuada boa na nossa vida no final de 1999.

Ainda bem que hoje a gente ri disso tudo. Senta que lá vem história.

Era véspera de reveillon. E, como de costume, fomos para o Guarujá com todos os outros moradores de São Paulo. Resultado: trânsito, muito trânsito. Tudo parado desde a praça de pedágio da imigrantes. Naquela época nosso carro era um fiat uno que foi pra revisão um dia antes da viagem. Carro zerado, pegamos a estrada. Daí o fiatzera morre no meio daquela galera. Pane geral, nem a buzina funcionava.

Saímos eu, Thiago, Luís e mamãe, todos debaixo de um sol de 95 graus pra empurrar o carro pro acostamento. Como naquela época só os ricos tinham celular, a velenha teve que voltar andando até o pedágio pra ligar pro guincho. Papo vai, papo vem o guincho chega e para junto ao carro. Não sei o nome do motorista, por isso vou chamá-lo carinhosamente de Zé Ruela. Zé Ruela começou a preparar tudo para guinchar o carro enquanto assistíamos logo atrás. Tudo pronto, ele começa a içar o carro pra caçamba. Foi nesse momento que minha vida toda passou diante de meus olhos. O gancho que prende o eixo do carro arrebentou e o fiatzera desceu rampa abaixo na nossa direção. O Thi num ato desesperado de amor me empurrou pro mato e ele, junto com meu irmão, seguraram o carro, que ia de ré em direção à pista, no muque meus colegas. Passado o susto, o Zé Ruela fez uma ceninha de revolta jogando o tal gancho que arrebentou no mato e fez todo o procedimento de novo. Tudo pronto pra voltar pra São Paulo. Eu e Thiago na boléia com o Zé e o Lu com a velenha dentro do fiatzera sobre o guincho.

O trânsito estava pior. O Zé Ruela, claro, foi pelo acostamento pra pegar o retorno esse espertão. Só que o acostamento tinha um recuo. Ele insistiu e foi com as duas rodas direitas no mato. Verão = muita chuva. Muita chuva = terra molhada. A mula atolou as duas rodas no acostamento. E ficava lá acelerando. E o guincho foi inclinando de um jeito que vcs não acreditam. Minha mãe e o luis no fiat vendo a cena de camarote tentavam buzinar mas o barulho não saia. Até que a polícia rodoviária resolveu intervir (fico imaginando por quanto tempo eles assistiram a cena, gargalhando) pedindo pro Zé Ruela parar de acelerar e sair do guincho imediatamente porque estava ficando muito perigoso. Todos na estrada parados em seus veículos assistindo embasbacados uma família fazendo rally de guincho. Bom, a solução foi chamar outro guincho pra guinchar o guincho com o fiatzera sobre ele. Basta dizer que não sei como não morremos ainda passamos um apuro voltando pra São Paulo com o Zé Ruela emputecido dirigindo loucamente. Mas nesse mesmo dia insistimos, pegamos o carro do Thi e fomos à tarde, com a estrada vazia.

Foi a primeira vez que eu levei o Thi para a praia, foi a apresentação dele pra família. No dia 31 de tarde o coitado começa a passar muito, mas muito mal. Ele que nem bebia nessa época. A virada de 1999 para 2000 ele passou na cama gorfando amparado por mim e minhas tias e nem viu os fogos. Foi terrível.

Você pensa que acabou? Não. Dois dias depois caiu a maior tempestade de verão da história sobre o Guarujá. O prédio fica entre a praia e o córrego. O córrego encheu e alagou tudo em volta do prédio. E alagou a garagem também, com todos os carros dentro. Todo mundo desceu pra ajudar, inclusive o Thiago, ainda se recuperando da virose, com água de córrego nos joelhos.

Tá?