Dona Zoca deu o ar da graça. Geint, minha avó não existe. Ela tem, entre muitas manias extremamente irritantes, a mania de CUTUCAR as coisas. Comidas, tecidos, objetos, animais de estimação. Virou sua marca registrada. Ela vai só com a pontinha do dedo (tipo o E.T. saca?), sorrateira, e cutuuuuuuuuca.
Meu pai levou salmão pra ceia, embrulhadinho em papel alumínio, pronto pra ir pro forno. Assim que ele colocou a assadeira na pia, ela já veio com o dedo em riste. E eu avisei, vó, não vai mexer que se
E claro que rasgou o papel alumínio.
Nem preciso comentar que a briga entre os dois levou o mesmo tempo que o peixe levou para nascer, nadar correnteza acima, ser pescado, morrer, ser temperado AND cutucado pela dona zoca.
Outra coisa: dona zoca não entende ironia. Não entende, não adianta. Inocência, talvez. Enfim, lá pelas tantas alguém abordou o agradável assunto ~bicho de pé~ no meio da ceia de Natal. E né, nem preciso explicar que o bicho de pé virou BICHO DE PÉ, se é que vocês me entendem. Ela não entendeu. E acho que ainda está pensando porque todo mundo riu tanto enquanto ela falava:
"Eu já peguei bicho de pé várias vezes" ou "pro bicho de pé sair tem que cutucar a cabecinha" ou "tem gente no interior que faz força pra pegar o bicho de pé porque faz uma coceguinha gostosa".
Feliz Natal geint!