Sabe que as coisas vão acontecendo e eu penso, nossa, não posso esquecer de escrever sobre isso. Daí o tempo passa por cima de mim, o sono chega e o momento já era. E assim vai.
Enfim.
Uma das piores coisas de se morar em casa são as baratas. No calor ainda, um inferno. Ainda bem que a maioria das que eu encontro já estão desmembradas, agonizando no chão por conta da tortura felina. Mas tem as que voam. Porque o criador pensou, hm, o que pode ser pior que uma barata? Pimba, uma barata que voa. E assim surgiu a barata voadora.
Numa bela noite eu subi pra dormir carregando uma pilha enorme de roupa que ia até meu queixo. O marido já jazia inerte em seu lado da cama. Conforme eu coloquei a pilha de roupa na cômoda escutei aquele barulho maldito de asinhas batendo. Como uma ginasta campeã olímpica em apenas um salto caí na cama por cima do marido, que acordou daquele jeito tão carinhoso:
- QUE QUE FOI MULHER!
Um pouco apavorada expliquei que tinha um bicho voador no quarto que parecia ser uma barata.
- Pode levantar e matar essa porra barata.
- Mas onde que tá?
Asas batendo loucamente. Eu já estava no corredor dando instruções.
- Tá atrás da cômoda, tira ela de lá.
- Deixa ela lá, não vai dar pra tirar. Eu já tava dormindo.
- NINGUÉM DORME se você não matar essa porra barata.
*suspiro bem audível de resignação masculina* (ah, aquele suspiro que você conhece tão bem minha amiga)
Cutuca de cá e de lá, achou e matou a barata com o chinelo. Pronto. Na cama:
- Credo marido, será que eu que trouxe a barata pra cima junto com a pilha de roupa *mini xilique*
- Será?
* ruídos de nojo*
- Para com isso que a barata não veio na roupa não mulher.
- Como você sabe?
- Eu já tava escutando ela voando pelo quarto, só tava com preguiça de levantar.
Ah, a sensibilidade masculina.