segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Carta para minha sogra

Querida Dê,

Já faz pouco mais de um mês que você se foi.

Eu nunca havia perdido ninguém próximo, e sempre perguntava aos amigos que perderam seus pais ou mães se eles pensavam todos os dias em quem se foi. Todos respondem que sim.

Hoje eu não preciso mais perguntar, porque agora sei da resposta, porque penso em você todos os dias.

Fico lembrando de como você me acolheu de braços abertos lá em Brasília há 15 anos atrás e de como foi generosa comigo por todos esses anos. Lembro do som da sua gargalhada e como você jogava o corpo pra frente quando eu falava alguma bobagem (que não eram poucas). Lembro como você era ágil pra fazer qualquer coisa que a gente pedia, fosse um doce muito delicioso ou uma luminária complexa de crochet, tudo ficava pronto em tempo recorde. Você podia não admitir, mas também era atrapalhada, e depois de ficar muito muito brava e xingar todo mundo, morria de rir de si mesma.

Hoje percebo e admito o quanto éramos parecidas em vários aspectos e por isso discutíamos por coisas totalmente idiotas. Minha psicóloga sempre me disse isso, eu nunca contei pra ninguém, mas acho que você vai gostar de saber.

Vejo você diariamente no Thiago, na Má, no Felipe e no Zé.

E enxergo seus traços no seu netinho, que chegou trazendo uma luz ainda mais forte para essa família depois que a sua se apagou.

Que saudade.

4 comentários:

Leandro Bravo disse...

:')

Maiara Mei disse...

Que texto lindo, Paula! Tinha que vir de você. Um beijo carinhoso pra toda essa família linda.

angela disse...

Filha, aposto que aDenise está rindo e chorando ao mesmo tempo. Como eu. Obrigada por isto.

Anônimo disse...

Adorei, c'os olhos mareados